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O crescimento das cidades, a extensa rotina de trabalho dos pais e a evolução tecnológica têm contribuído para que as crianças pratiquem menos atividades físicas, substituindo hábitos de vida mais ativos por outros sedentários, tais como o uso de jogos eletrônicos e televisores como forma de lazer. Nesse momento de pandemia, tudo isso se agravou, pois elas obrigatoriamente, têm que permanecer mais tempo na frente das telas durante as aulas online. Assim, ao passar grande parte do tempo sentada, a postura da criança ou do adolescente pode se tornar inadequada, desencadeando problemas estruturais que, se não corrigidos a tempo, permanecem por toda a vida.

O estudo biomecânico da postura humana tem sido tema frequente de pesquisa, uma vez que os desvios funcionais e/ou estruturais podem causar desequilíbrios corporais, que geram compensações, e originam alterações e efeitos prejudiciais em estruturas e funções orgânicas, ocasionando alteração da concentração e comprometendo o rendimento escolar.

A infância e a adolescência representam dois períodos da vida do ser humano em que ele se depara com inúmeras descobertas a respeito do mundo e a respeito de si próprio.

Existe uma grande variação fisiológica na postura e na mobilidade da coluna durante o crescimento, e é nessa fase que geralmente ocorre o desenvolvimento e acentuação dos desvios posturais.

Atualmente, observa-se um aumento significativo na incidência de problemas posturais em crianças de todo o mundo, sendo as causas mais comuns:

  • a má postura durante as aulas,
  • o uso incorreto da mochila escolar,
  • a utilização de calçados inadequados,
  • o sedentarismo
  • a obesidade.

Diversos pesquisadores afirmam que o comportamento postural da criança durante os primeiros anos escolares é o grande responsável pelos vícios posturais adquiridos.

Com uma avaliação minuciosa da postura é possível identificar alterações localizadas em diversos segmentos corporais como: alteração de cabeça, pescoço, ombros, cotovelo, punho, região dorsal, lombar, inclinações e rotações pélvicas, modificações na angulação de joelhos e alterações em pés.

A avaliação postural contribui muito para a sociedade, evitando  enfermidades futuras na estrutura corpórea, diminuindo o índice de consultas médicas, indicações de exames complementares e procedimentos cirúrgicos futuros, melhorando assim o rendimento escolar do aluno e promovendo o seu bem-estar físico e emocional. Isso tudo porque as alterações estruturais geram desconforto e dores em diferentes partes do corpo, acarretando déficit de atenção e concentração, diminuindo o aprendizado, a socialização e o desempenho nas atividades escolares e cotidianas.

Além disso, a postura inadequada de curto a longo prazo é um dos principais fatores que desencadeiam lesões corporais tais como:

  • Desvios na coluna como escoliose, hiperlordose e hipercifose cervical, torácica e lombar, ocasionando dores e incapacidades funcionais como, por exemplo, disfunções respiratórias e digestórias, podendo chegar a casos mais graves como hérnias discais com compressões medulares e raízes nervosas;
  • Alterações em quadril, joelhos, tornozelos e pés, tendo como conseqüências dores e inflamações, como lesões de meniscos e ligamentos, bursites, tendinites, dentre outros.
  • Alterações em ombros, cotovelos, punhos e mãos, onde surgem as tendinites, epicondilites, bursites, síndromes do impacto, síndromes do túnel do carpo, artrites e artroses, dentre outras lesões que ocasionam dores, inflamações e limitações de movimentos.
  • Disfunções em articulação têmporo-mandibular, como dores em mandíbula, bruxismo e dores de cabeça.
  • Disfunções óculo-motoras como o estrabismo e dor em fundo de olho.

 

E aí, como está a postura de seus filhos durante as aulas online?

 

 

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