A rinite alérgica é umas das doenças crônicas mais comuns presentes no mundo.
Está associada a impacto na qualidade de vida, alterações no sono e função cognitiva, diminuição da performance na escola e no trabalho, causando irritabilidade e fadiga, consequentemente gerando custos elevados para o sistema devido absenteísmos e baixa produtividade.
Em Curitiba, estima-se uma prevalência de rinite alérgica entre adultos de cerca de 47%.
O QUE É RINITE ALÉRGICA?
Rinite é a inflamação do revestimento interno do nariz, também chamado de mucosa nasal. Esta inflamação pode ocorrer por agentes infecciosos, como os vírus e bactérias (rinites infecciosas), por alérgenos (rinite alérgica), também por medicações, hormônios, gestação, idade, dentre outras causas.
A rinite alérgica é a forma mais comum, sendo induzida pela inalação de algum alérgeno em indivíduos sensibilizados à ele.
Os alérgenos mais comuns causadores da doença são:
– Ácaro – artrópodes microscópicos que se alimentam de material orgânico presentes na poeira. Suas partículas fecais são os alérgenos;
– Pólen – Principalmente de gramíneas, como o azevém. Geram sintomas sazonais durante polinização, o que chamamos de polinose;
– Animais de pêlo – Gato, cachorro, coelho e roedores.
– Tabaco – A fumaça do cigarro é um potente irritante para a mucosa das vias aéreas, e fumantes passivos também estão expostos;
– Temperatura do ambiente – mudanças bruscas de temperatura ambiental pode ser fator desencadeante de sintomas em alguns indivíduos.
– Poluição – fumaças e poluentes ambientais são irritantes e geram sintomas; Poluição domiciliar idem.
QUAIS OS SINTOMAS DA RINITE?
A rinite alérgica pode se apresentar de duas formas diferentes.
Existe a forma sazonal, em que o indivíduo manifesta os sintomas alérgicos em determinada época do ano, geralmente na primavera, entre os meses de setembro e dezembro, quando ocorre maior polinização.
Existe também a forma perene, em que a exposição aos alérgenos ocorre durante o ano todo, consequentemente os sintomas se apresentam continuamente.
As exacerbações dos sintomas podem ocorrer esporadicamente, ou continuamente, o que determina a gravidade da doença e a forma de tratamento.
Classicamente, os sintomas típicos da rinite alérgica são congestão nasal, prurido nasal (coceira), espirros e coriza, em qualquer combinação.
Outros sintomas são comuns e frequentemente estão associados: prurido e vermelhidão dos olhos, lacrimejamento, coceira no palato (céu da boca), secreção pós-nasal e tosse.
Há alguns anos, a comunidade médica vem considerando a rinite alérgica e a asma como uma doença única, devido às características moleculares e fisiopatológicas de ambas as doenças.
Entre 15 a 30% dos pacientes com rinite apresentam asma, e nesses casos o controle da rinite é fundamental para diminuição nos episódios de exacerbação da asma.
Existe também associação com outras condições, como otites, sinusites, polipose nasal e dermatite atópica.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DA RINITE ALÉRGICA?
Inicialmente, o diagnóstico de rinite é clínico, através dos sintomas clássicos associados ao exame físico que evidencia inflamação da mucosa nasal.
A cavidade nasal muitas vezes exige uma avaliação mais minuciosa, como por meio de endoscopia nasal, pois outras condições nasais podem coexistir e contribuir com determinados sintomas, como desvios septais, hipertrofia dos cornetos nasais, entre outros.
Para determinarmos se o quadro é de origem alérgica, e principalmente para direcionarmos medidas de prevenção e as opções de tratamento, podem ser solicitados:
– Testes laboratoriais – análise dos alérgenos através de amostra de sangue;
– Testes cutâneos – conhecidos como prick test – uma amostra padronizada dos alérgenos mais comuns é colocada em contato com a pele e em poucos minutos já há evidenciação dos agentes geradores da alergia.
COMO TRATAR A RINITE ALÉRGICA?
O tratamento se baseia em diminuição da exposição aos fatores desencadeantes, medicações para alívio e controle dos sintomas, e imunoterapia.
Medidas de controle ambiental são fundamentais:
– Manter o quarto ventilado e ensolarado;
– Nos alérgicos a pólen, deixar casa ventilando a noite ao invés de durante o dia, devido a menor concentração de pólen no período noturno;
– Evitar travesseiros de pena;
– Utilizar capas anti-ácaro;
– Realizar troca de roupas de cama ao menos 1 vez por semana;
– Evitar tapetes, carpetes e cortinas de pano;
– Evitar bichos de pelúcia e objetos que possam acumular poeira expostos;
– Eliminar mofo e umidade;
– Passar pano úmido ao invés de vassoura e espanadores;
– Evitar animais de pêlo – manter fora de casa ou em área restrita;
– Evitar perfumes e desodorantes em spray;
– Não fumar;
– Evitar oscilações bruscas de temperatura;
– Limpar filtros do ar condicionado regularmente.
Para alívio das crises e manutenção, costumam ser utilizadas medicações, como:
– Antihistamínicos
– Solução salina nasal
– Corticosteroides intranasais
Pacientes que não apresentam boa resposta às medicações ou possuem contraindicações ao seu uso, podem se beneficiar de tratamento com imunoterapia alérgeno específica.
Pode ser administrada por via injetável ou sublingual e tem como objetivo dessensibilizar o paciente a determinado antígeno, e com isso o indivíduo poder conviver na presença do alérgeno com ausência ou mínimo aparecimento de sintomas.
Algumas terapias alternativas como acupuntura, auriculoterapia e controle alimentar (como redução da ingesta de leites e derivados) também auxiliam no controle dos sintomas!
Consulte seu otorrino para uma avaliação e tratamentos adequados!